quinta-feira, 23 de setembro de 2010

FIQUE ATENTA COM A ENDOMETRIOSE


Ter cólicas menstruais é normal para boa parte das mulheres. Mas, quando as dores são muito fortes, pode ser um sinal de endometriose. Trata-se do tecido que recobre a camada interna do útero - endometrio - cresce fora do útero, podendo acometer os ovários, trompas, bexiga, intestino e outras áreas.O endometrio existe para que a mulher possa engravidar. Ele cresce todo mês durante o ciclo menstrual, com o objetivo de receber uma gravidez. Caso ela não aconteça, ele descama e é eliminado. É uma doença que pode ocorrer em qualquer momento da fase fértil - 15 aos 45 anos.
A doença começa na adolescência. Segundo estimativas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 70% das adolescentes com dores crônicas causadas pela menstruação e que não respondem a tratamentos medicamentosos podem estar com endometriose.
O despreparo das meninas e do médico pode fazer com que o diagnóstico ocorra tardiamente.Assim, muitas mulheres descobrem a doença na fase adulta, quando tentam engravidar e não conseguem. Por isso é de fundamental importância que as adolescentes tenham o hábito de se consultar rotineiramente com sua ginecologista, mesmo que ainda seja virgem.   
A teoria mais comum e aceita para explicar as causas da endometriose é a da menstruação retrógrada, em que o fluxo sobre pelas trompas e grudam em outros lugares da cavidade abdominal.Porém essa teoria não explica tudo, existe outras teorias acerca da endometriose. Como a menstruação retrógrada está presente em mulheres com ou sem endometriose, é provável que este fator esteja associado a fatores genéticos e imunológicos, por exemplo.   
Das mulheres que apresentam sintomas, o mais comum é a dor na região pélvica. Pode haver também dor nas relações sexuais, cólicas menstruais intensas, sangramento menstrual pelos diversos focos de endometriose (fezes, urina, tosse com sangue etc.), infertilidade e cistos de ovário. 
A endometriose é identificada quando se nota que as células do endométrio estão fora da cavidade uterina. O diagnóstico é feito com base nos sintomas da paciente. Alguns exames podem ser solicitados, como ultra-som pélvico, ressonância magnética e videolaparoscopia (para biópsia). Não havendo sintomas, o problema pode ser descoberto aleatoriamente, durante uma visitas de rotina à ginecologista ou mediante a realização de exames para identificar outros problemas.  
O tratamento depende do grau da doença e dos órgãos acometidos, mas se baseia no bloqueio da menstruação. Isso é feito por meio de medicação (anticoncepcional). Assim, a mulher não correrá mais o risco de ter a menstruação retrógrada, e com isso voltar a desenvolver a endometriose. Mas, é importante dizer que o acompanhamento da paciente será sempre individualizado. A ginecologista deverá pedir exames complementares e realizar outras ações, por exemplo, se a mulher tiver um cisto, ele terá de ser retirado. O tratamento pode envolver ainda a retirada completa do útero, juntamente com os ovários. Só realizado, entretanto, quando o tratamento clínico ou cirúrgico conservador (retirada apenas das aderências) é falho. A melhor maneira de bloquear a menstruação é engravidar, pois durante toda a gestação, a mulher não menstrua, e isso é um ótimo tratamento pra tal. Após a gravidez, a doença é, normalmente, controlada. 


Praticar exercícios físicos e manter a alimentação e hábitos saudáveis são sempre recomendáveis para se evitar a endometriose e outros problemas que comprometem a qualidade de vida da mulher.  
Dra. Barbara Murayama - Ginecologista

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